Seja em pequenos apartamentos ou em jardins espaçosos, cultivar alimentos em casa traz vantagens para a saúde, o meio ambiente e a alimentação familiar – e os dados reforçam esses benefícios.
Saúde
Um estudo publicado em janeiro de 2023 na revista Lancet Planetary Health acompanhou cerca de 300 adultos nos Estados Unidos ao longo de um ano. Metade dos participantes recebeu cursos e o a hortas comunitárias; a outra metade, não. O resultado mostrou que quem praticava jardinagem ou a consumir mais fibras, realizar mais atividade física moderada e apresentar níveis reduzidos de estresse e ansiedade.
Essa mesma pesquisa, conduzida pela Universidade do Colorado Boulder, também indicou que os participantes jardineiros fizeram, em média, 42 minutos a mais de exercício por semana, mesmo entre aqueles sem experiência anterior.
Alimento
Os impactos de hortas caseiras vão além do bem-estar: elas também fortalecem a segurança alimentar. Em estudo realizado em 2022, em Bangladesh, famílias que receberam capacitação em horticultura doméstica colheram, em média, entre 29 e 42 quilos a mais de alimentos por ano, além de apresentarem maior conhecimento nutricional e participação das mulheres na alimentação da família.
Resultados semelhantes foram registrados em Gana, onde hortas domésticas se mostraram fundamentais para diversificar a dieta das famílias e reduzir a dependência de alimentos industrializados. Revisões envolvendo outros países em desenvolvimento, como Tanzânia, África do Sul e Sri Lanka, reforçam que a prática contribui para a disponibilidade de micronutrientes e a melhora da qualidade da alimentação.
Apartamentos
Morar em um apartamento não é impedimento para cultivar alimentos. Hortas verticais, vasos pendurados em varandas ou prateleiras bem iluminadas podem ser suficientes para manter uma boa variedade de temperos, hortaliças e até pequenos frutos. Manjericão, hortelã, cebolinha, alface e morango são algumas das espécies que se adaptam bem a vasos, desde que o local receba pelo menos quatro horas de sol por dia.
O solo ideal para vasos é uma mistura leve e bem drenada de terra vegetal, areia e composto orgânico. A irrigação deve ser feita com moderação, e a adubação pode seguir uma rotina quinzenal, com adubos naturais, como húmus de minhoca ou compostagem doméstica. O controle de pragas, por sua vez, pode ser feito com soluções caseiras à base de alho e sabão neutro, evitando o uso de defensivos químicos.
Jardins
Já nos jardins das casas, as possibilidades se ampliam. Com mais espaço, é possível montar canteiros e cultivar alimentos como cenoura, tomate, abobrinha, beterraba e até milho. O preparo do solo é fundamental: deve-se revolver bem a terra, corrigir o pH com calcário, se necessário, e garantir uma boa drenagem para evitar encharcamentos.
Nesses casos, o uso de ferramentas apropriadas facilita muito o trabalho. Ter à disposição um motocultivador, por exemplo, ajuda a preparar o solo com rapidez e eficiência, especialmente em hortas de maior porte. Regadores maiores e rastelos também tornam o cuidado diário mais prático.
Impacto
Estudo publicado na base SciELO, em 2023, analisou hortas urbanas no Rio de Janeiro e concluiu que elas promovem educação ambiental, reduzem desigualdades alimentares e contribuem para a recuperação de áreas urbanas degradadas. Nos Estados Unidos, dados de Michigan mostram que jardins comunitários aumentaram o consumo diário de frutas e vegetais e melhoraram a qualidade da dieta de centenas de famílias.
Além de todos os benefícios para a saúde e a alimentação, manter uma horta doméstica também é uma prática ambientalmente responsável. Usar potes reaproveitados como vasos, implementar sistemas de compostagem com restos orgânicos da cozinha e reduzir o consumo de embalagens são exemplos de como esse hábito pode diminuir o impacto ambiental da rotina doméstica.
Créditos: Maryviolet/iSrock
