A proposta do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, de transferir a gestão de escolas municipais para a iniciativa privada tem gerado forte reação contrária por parte da Coordenação das Entidades Sindicais Específicas da Educação Municipal (Coeduc). O fórum, composto por Sinesp, Sedin e Sinpeem, classifica a decisão como “arbitrária” e expressa grande preocupação com os impactos negativos para os trabalhadores da educação e para a população, especialmente nos territórios mais vulneráveis da cidade.
Para Letícia Grisólio Dias, vice-presidente do Sinesp, a privatização representa uma ameaça significativa, inclusive no que diz respeito ao financiamento da educação, uma vez que recursos do Fundeb não poderiam ser destinados a essa modalidade de gestão. Além disso, ela questiona como os projetos político-pedagógicos das escolas, construídos em diálogo com as necessidades locais, seriam mantidos em um sistema privatizado, que pode não considerar as particularidades de cada comunidade.
A Coeduc também alerta para a possível perda da gestão democrática nas escolas e para a situação dos professores, que atualmente são contratados via concurso público. Os sindicatos defendem que a gestão pública é essencial para garantir uma educação de qualidade, que atenda às necessidades específicas de cada território e promova uma gestão transparente e democrática no sistema municipal de ensino.